No dia 6 de junho de 2015, algo aconteceu no mundo do teatroum acontecimento que não deixou indiferentes nem espectadores nem críticos. Esta é a estreia da peça “Contos de Pushkin” (Teatro das Nações), sobre a qual se ouvem as críticas mais contraditórias. Uma performance extraordinária com um nome tão familiar para todos os russos está esgotada há vários meses e ainda evoca muitas emoções.
Robert Wilson: estilo e criatividade
O diretor da peça era o mundialmente famosodiretor. Ele é considerado o líder da vanguarda teatral moderna e quase uma figura de culto, e seus honorários são lendários. O mestre tem muitos seguidores e ainda possui sua própria academia em Long Island.
O estilo de Robert Wilson é surrealuma mistura de drama clássico, arte de vanguarda, elementos de teatros nacionais tradicionais de diferentes nações e danças modernas extravagantes. Suas performances utilizam todos os meios para transmitir as intenções do diretor ao público: efeitos visuais, plasticidade e pantomima dos atores, inimitável, magia mágica da luz e música original escrita especialmente para cada performance. É esta combinação de diferentes tipos de artes performativas que reside na inovação que atrai o público para Robert Wilson.
“Contos de Pushkin” (Teatro das Nações)
Robert Wilson recorre frequentemente aos clássicos de váriospovos Assim, na Grécia encenou A Odisséia, em Berlim - A Ópera dos Três Vinténs, na França - As Fábulas de La Fontaine. Em nosso país, o diretor de 73 anos escolheu para sua atuação os contos de fadas de Pushkin (Teatro das Nações, recomenda-se reservar os ingressos com antecedência), obras do grande poeta russo conhecido por todos nós desde a infância.
Enquanto trabalhava na produção de Moscou, Wilson estudou as obras da pintura de Bilibin e Palekh. Os desenhos do maior poeta russo também serviram de fonte de inspiração para ele.
Em uma performance criada por um diretor talentoso,algo semelhante a um espetáculo de circo encantador, não há decorações brilhantes ou trajes familiares. O contraste do preto e do branco domina o palco - as vestes pretas dos atores e as máscaras brancas em seus rostos. Em termos das características da percepção visual, a performance lembra um movimento tão vanguardista na pintura como o Suprematismo.
Criadores e performers
Juntamente com Robert Wilson, o diretor de ópera Nicola Panzer, o cenógrafo A. Lavallee-Benny e o designer de iluminação A. D. Weisbard trabalharam na produção.
Na peça “Tales of Pushkin” (Teatro das Nações, resenhasveja abaixo) mais de vinte atores estão envolvidos. A imagem central do Narrador (Pushkin) foi criada por Evgeny Mironov, que conseguiu concretizar a visão do diretor. Seu personagem é simultaneamente semelhante a Pushkin, como Kiprensky o via, e a Johnny Depp, e ao Chapeleiro Maluco L. Carroll.
Trabalhando com ele no palco estavam Daria Moroz (Tsar Dodon), Alexander Stroev (Rybak), Dmitry Serdyuk, Oleg Savtsov, Elena Nikolaeva e outros.
CocoRosie
Um grande papel na nova produção de Robert Wilsonestá tocando música, e não folk comum, mas experimental. É nesse estilo que atua no palco o dueto americano trazido por Wilson, formado por duas irmãs Casady, CocoRosie. Além disso, as meninas escreveram o acompanhamento musical da peça logo durante os ensaios, por isso foi inspirada nas atuações de atores russos.
“Tales of Pushkin” (Teatro das Nações): comentários
Descreva a impressão que o desempenho causoupara a sociedade teatral russa, numa palavra – choque. E a questão aqui não é tanto uma rejeição categórica à produção inusitada dos contos de fadas favoritos de todos - e isso também ocorre -, mas sim o efeito de surpresa. Acontece que nossa comunidade teatral simplesmente não está pronta para aceitar tal Pushkin.
Mas depois de se afastar do primeiro choque e compreenderO que viram no palco, críticos e revisores homenagearam o talento do diretor, a habilidade dos atores, os efeitos visuais incríveis e encantadores e a apresentação original do texto.
A coisa mais importante que pode ser observada nas avaliações éeles são em sua maioria moderadamente positivos - este é o entendimento de que o espectador russo foi apresentado a algo completamente novo sob o nome familiar de “Contos de Pushkin”. A peça (Teatro das Nações), dirigida por Robert Wilson, é uma obra de vanguarda distinta que deve ser percebida por si só.
Opinião pública
Ao contrário das revisões, nas quais, junto comrejeição, há claramente uma admiração pelo trabalho do Mestre e pela inovação que ele mostrou na peça “Contos de Pushkin” (Teatro das Nações), as críticas do espectador comum são mais categóricas. Quem assistiu a esta apresentação parecia dividido em dois grupos inconciliáveis.
Um deles nem sequer reconheceu a possibilidadetal produção de clássicos russos, e as críticas deste grupo estão repletas de avaliações como “Pesadelo!”, “Delírio único”, “a criação de um neurótico em estado de transtorno paranóico” e outras semelhantes.
O público russo ficou especialmente indignado com o sombrioa atmosfera criada pela estranha composição dos atores e pelos efeitos de luz e ruído. Afinal, todo russo tem as lembranças de infância mais gentis e agradáveis associadas aos contos de fadas de Pushkin, mas não histórias assustadoras no estilo do Halloween da Europa Ocidental.
O segundo grupo, pelo contrário, aceitou com entusiasmo“Contos de Pushkin” (peça, Teatro das Nações), embora estes espectadores pudessem ver nela não o simbolismo do significado transmitido por meio do surrealismo e da vanguarda, mas um espetáculo teatral banal.
Bem, ambas as opiniões têm o direito de existir.Porém, todos concordam em uma coisa: mesmo crianças de 10 a 12 anos, sem falar dos bebês, não devem ser levadas a essa apresentação, para não destruir o encanto dos verdadeiros contos de fadas de Pushkin, que deveriam permanecer com eles para o resto. de suas vidas.
Preço do bilhete
Há cinco meses o desempenho emocionao interesse do público e vai para casa cheia. Assim, se você estiver interessado na peça “Contos de Pushkin” (Teatro das Nações), os ingressos deverão ser encomendados com vários dias de antecedência. Além disso, os seus preços estão longe de ser baixos. Mesmo para assentos na varanda, você precisa pagar de 4.000 a 5.000 rublos. Os ingressos para o mezanino (6.000 a 9.000 rublos) e para as barracas (de 17.000 a 25.500 rublos) são ainda mais caros.
Porém, os verdadeiros amantes dos espetáculos de vanguardacontinuar a invadir o Teatro das Nações. “Contos de Pushkin”, cujo preço dos bilhetes é bastante elevado, já foi visto por vários milhares de pessoas neste momento e o seu número continua a crescer.
Se você quiser experimentar uma ótima misturaDireção europeia e atuação russa, não deixe de assistir “Contos de Pushkin” (Teatro das Nações). As avaliações são sempre subjetivas e talvez você escreva as suas próprias, que serão diferentes de todas as já existentes.